quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

FILHOS, EU? NÃO OBRIGADA!

Quando inaugurei meu Blog prometi a mim mesma que nunca escreveria sobre temas polêmicos. Não que eu não goste, pelo contrário, amo um bom debate, entretanto, a intenção não é provocar dissidências ou discussões. Quero apenas expor minha visão sobre eventos cotidianos, minhas observações sobre o comportamento das pessoas e algumas das minhas ideias sobre vários assuntos.

Por essas e outras razões tenho evitado assuntos controversos, mas eis que eu estava aqui, “quieta no meu canto”, lendo as publicações de meus amigos no Facebook e me deparo com a declaração de uma grande amiga dizendo que não quer ter filhos. Que optou por nunca ser mãe e que, por este motivo, sofre “bullying”! Sim, isso mesmo: sofre “bullying” porque não quer ter filhos! Pasmem.

Apesar de já ter me manifestado no Facebook fiquei insatisfeita porque aquele veículo não nos dá oportunidade de expor tudo o que pensamos e, portanto, abordarei o tema aqui, em meu Blog.

Bem, para começo de conversa, eu nunca pensei que esse tema fosse polêmico. Eu escolhi não ter filhos quando tinha aproximadamente doze anos de idade. Sim, assim novinha e, podem acreditar, nunca, nunca mudei de idéia. Sempre me mantive firme em meu propósito.

Com o tempo percebi que a maioria das pessoas, principalmente mulheres, sentiam pena de mim, acreditando que não se tratava de uma opção, mas sim de um tipo de maldição. Uma desgraça que sobreveio em minha vida. Quando tinha a oportunidade de manifestar minha opinião a respeito muitas fingiam acreditar em mim, no entanto, era claro que não conseguiam fingir tão bem pois eu percebia que, no fundo, achavam que eu afirmava não querer filhos apenas para não assumir uma frustração. Como se isso fosse uma vergonha e eu quisesse esconder.

Infelizmente, ainda há quem pense assim: “não ser mãe é uma grande tristeza”, “coitadas das mulheres que não tiveram filhos”, “pobrezinhas”, e assim por diante.

Já ouvi tanta besteira a respeito. Gente medíocre e limitada que não consegue enxergar, não consegue pensar um pouco além, não sabe raciocinar, deixam-se influenciar pelas exigências antiquadas da sociedade, por um tempo em que se acreditava que a mulher fora constituída exclusivamente para procriar.

Acredito que algumas têm mesmo este desejo desde crianças. Sonham com o dia em que serão mães. Que bom para elas alcançarem seu desejo. Fico feliz e espero que saibam criar muito bem o ser que colocaram no mundo, mas não me encham a paciência!

Desde quando para ser “completa” uma mulher precisa ser mãe? Quem inventou isso? Será que dá prá parar um pouco e pensar? Sim, pensar. O mal dos medíocres é que não conseguem pensar.

Sabem, eu cansei de explicar que não tive filhos por opção. Que não tive filhos porque não gosto de crianças, mas os medíocres entendem esta frase assim: “ela não gosta de crianças porque não teve filhos”. Ora, é bem diferente! É a velha história do monge que perguntou ao seu mestre: “Mestre, posso fumar enquanto medito?” “Não”, respondeu o mestre. Quando estava no páteo meditando viu um outro monge na mesma atividade e fumando! Perguntou ao colega: “como o mestre permitiu que você fumasse enquanto medita?” o outro monge respondeu, “ora, eu perguntei se poderia meditar enquanto fumava”. É essa a questão. Tudo depende de como as coisas são colocadas, então, por favor, aqueles que pensam que não gosto de crianças porque não tive filhos, entendam: eu não tive filhos porque não gosto de crianças. Deu prá perceber a diferença?

“Ah, mas se ela não gosta de crianças, certamente é uma pessoa má”. Não, de novo, não sou má! Sou apenas prática e racional. Quero ver todas as crianças saudáveis, alimentadas e felizes, mas longe de mim. Prefiro deixar seu barulho, suas malcriações e birras para aqueles que as suportam. Definitivamente, me entendam: não sou má por não querer crianças perto de mim, apenas não gosto de ninguém gritando, chorando, fazendo desaforos, só isso e, é certo e incontestável que crianças estão sempre fazendo uma dessas coisas, exceto quando estão dormindo.

Bem, voltando ao assunto da maternidade. Instinto Maternal: não, eu não tenho. Certa vez ouvi um Psicólogo em uma entrevista na TV afirmar que o instinto maternal somente se manifesta quando a mulher toma conhecimento de que está grávida. Há ainda profissionais desta área que entendem que esse instinto só se manifesta quando a criança nasce. Ou seja, se não engravida, a mulher tem o instinto maternal adormecido para sempre. É o meu caso. O meu está dormindo e, a esta altura, acho até que já morreu.

Ah, a vontade de ter filhos desde pequena! Não, não confundam com manifestação do instinto maternal. É apenas uma vontade como qualquer outra: de casar, de ter uma casa, um homem para amar, uma profissão, uma carreira. Não é nada mais que uma aspiração.

Amor pelos animais é uma forma de extravasar o instinto maternal? Não, também não. O amor que nutrimos pelos animais pode até despertar reações idênticas às que as mães têm em relação aos filhos, mas creio eu que se trate de pura caridade. Caridade, essa sim todos os humanos deveriam ter, homem ou mulher, criança, adolescente, jovem, velho, não importa. É um dom excelente que vem de Deus e, lamentavelmente, alguns o ignoram ou apenas manifestam quando há interesse.

É difícil falar sobre este assunto principalmente porque tenho certeza que ainda haverá gente que não vai entender o que eu disse. Continuarão sentindo pena de mim porque não tenho filhos.

Sinto muito que este preconceito maldito ainda exista. Sinto muito que minha amiga, bem mais jovem que eu ainda sofra com este tipo pensamento. Com esse tipo de gente ignorante que não consegue enxergar um centímetro além e acha que só é feliz a mulher que casa, tem filhos, netos, bisnetos... Oh meu Deus! Quanta ignorância.

 

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