terça-feira, 24 de janeiro de 2012

São Paulo e a Montanha.

No último domingo eu estive na manifestação “Crueldade Nunca Mais” que reuniu cerca de 7 mil pessoas na Av. Paulista. Várias cidades em todo o Brasil contaram com a mesma manifestação que teve o objetivo de chamar a atenção para a impunidade relativa às atrocidades que têm vitimado animais neste país.

Fiquei emocionada quando vi aquela multidão reunida em frente ao MASP, principalmente no momento em que iniciamos a caminhada. Eu nunca havia participado de manifestação nenhuma, mas pelos animais, estou disposta a fazer o que posso e, definitivamente, eu podia estar ali reforçando o número de amigos dos animais e gritando em coro: “o animal é meu amigo, você também mexeu comigo”, “justiça aos animais, crueldade nunca mais”!

Sempre soube da importância deste tipo de manifestação, mas nunca havia sentido na pele a força que isto tem. Saí de lá com a esperança de que alcançaremos nosso objetivo e um dia veremos os direitos dos animais sendo levados a sério.

Como disse no meu último comentário, publicado em 15.01.2012, o tema desta semana é o aniversário de São Paulo, mas antes de iniciar queria destacar o evento acima e chamar a atenção de meus queridos leitores para a importância de lutarmos pelo que acreditamos e para a força que tem a união de pessoas com o mesmo ideal além disso, foi uma oportunidade que tive de admirar por um outro ângulo a avenida mais bonita da Capital.

Bem, vamos ao aniversário de São Paulo que amanhã completará 458 anos.

Todas as manhãs, quando abro a janela de meu quarto vejo uma montanha. Sim, eu moro na Capital do Estado de São Paulo, esta cidade conhecida pelo excesso de concreto, fios elétricos, enchentes, poluição e um trânsito infernal. É tudo verdade, porém, como tudo, existe um lado de São Paulo que só conhece quem vive aqui.

A montanha que avisto é parte da Serra da Cantareira. Ela ainda aparece atrás dos poucos prédios. Sei que um dia haverá mais prédios que a esconderão, mas enquanto eu puder, admirarei a minha linda montanha.

O curioso é que percebi esta linda vista há poucas semanas. Foi num dia em que o sol brilhava e eu consegui ver o contorno das árvores. Isso me chamou a atenção e eu passei a observá-la todas as manhãs, exceto quando o dia está nublado, é claro.

Bem, o que isso tem a ver com o aniversário de São Paulo?!  Com o aniversário propriamente dito: nada, afinal aquela montanha está lá há muito mais tempo que a fundação da Cidade e em qualquer cidade há montanhas, no entanto, ao contrário do que muita gente pensa, aqui também temos natureza e o acesso a ela é muito mais simples do que se imagina.

São Paulo, além de ter todas as facilidades trazidas pelo progresso, tem uma beleza natural que não é observada. É claro que não se compara à beleza natural de outras cidades brasileiras, mas verdade seja dita: quem precisa de mato e praia o tempo todo? Ora, se estamos com vontade de ver o mar, é só gastar 40 minutos na Imigrantes! Vontade de ver montanhas? Gaste meia hora na Fernão Dias e vá até Atibaia!

O que de fato é motivo de orgulho para São Paulo somos nós, as pessoas que aqui vivem e viveram, como meus avós e meus pais.

Na verdade, quem merece as congratulações pelo aniversário da Cidade somos nós, paulistanos, paulistas e demais brasileiros que aqui vivem e que enfrentam todas as dificuldades resultantes do progresso e que a cada dia lutam para que São Paulo progrida mais e mais afinal, quem não gosta de progresso? Quem não aprecia a riqueza, as oportunidades, a boa comida? Quem não quer conquistas, entretenimento, excelentes hospitais, cultura? Quem acha que ciência não é importante? Quem não gosta de fatura, de chuva, de montanhas? Alguém mais mal humorado pode até pensar: “pois é, temos tudo isso e mais enchentes, trânsito, pobreza...”! Sim, é verdade, certamente poderia ser bem melhor, contudo, sincera e honestamente? Eu amo abrir a minha janela e ver a “minha” montanha todas as manhãs. Isto derruba qualquer mal humor, garanto.

Beijos a todos e aproveitem nossa Cidade neste feriado.




domingo, 15 de janeiro de 2012

Escolhas.

Na introdução do livro “Os Catadores de Conchas” Rosamunde Pilcher diz: “se alguém que respeitamos acha que somos capazes de fazer alguma coisa, em geral é verdade”. Rosamunde não é minha escritora favorita. O único livro de sua autoria que li foi “Os Catadores” no entanto, a frase dita em sua introdução ficou marcada para sempre em minha memória.

Sempre ouvi de pessoas que respeito que eu deveria escrever meus pensamentos. Uma dessas pessoas foi um chefe chamado Victor. Aqueles que me conhecem sempre me ouvem lembrando alguma coisa que Victor disse. Ele é uma dessas pessoas que admiro e respeito. Ouvi incentivos de vários amigos de todas as fases de minha vida. Meu antigo psicoterapeuta também me aconselhava a “passar para o papel” todos os meus pensamentos como forma de desabafar. Meu atual psicoterapeuta me aconselhou a criar um Blog (calma gente, sei que é terapeuta demais mas eu sou normal viu?). Uma amiga de muitos anos diz que se diverte com algumas de minhas postagens no Facebook. Diante disso tudo percebi que está mesmo na hora de escrever e publicar meus pensamentos e, por que não utilizar os meios tão fáceis e disponíveis hoje em dia? Portanto, aqui vai.

Primeiro, quero comentar a expressão “hoje em dia”. Acho-a tão antiquada. É uma expressão muito utilizada pelos mais velhos que se espantam com as novidades do mundo atual. “Hoje em dia não existe mais respeito com os mais velhos”, “hoje em dia ninguém mais tem educação”, “hoje em dia isso”, “hoje em dia aquilo”... Chega de “hoje em dia”. Foi só um comentário à parte. Vamos iniciar o assunto de hoje.

“O que faz você feliz?”. Gostei demais dessa campanha do Pão de Açúcar. Nem sei se os lindos cartazes contendo fotos de momentos que podem fazer as pessoas felizes ainda estão nas lojas pois “hoje em dia” só tenho feito minhas compras pela Internet. Achava muito bonitas as comparações. Certamente aquela que dizia “O que faz você feliz? Um prato de salada?” (ou algo assim) não era a minha preferida mas, todas eram muito bonitas.

O que eu quero dizer é que o que me faz feliz não é a mesma coisa que faz você feliz. As pessoas são diferentes e ficam felizes com coisas diferentes. Tem gente, por exemplo, que fica feliz com uma casa cheia de crianças correndo prá lá e prá cá. Não serei hipócrita. Eu gosto de crianças, principalmente as japonesas porque quando eu estou acordada elas estão dormindo. Crianças dormindo são ótimas. Entre passar vinte e quatro horas numa casa cheia de crianças correndo prá lá e prá cá e fazer um tratamento de canal sem anestesia, certamente eu ficaria com a segunda opção. Tenho uma amiga que estava em dúvida entre fazer um cruzeiro em um navio e comprar uma bolsa Louis Vuitton. Encontrei-a um dia dessas portando uma recém adquirida e lindíssima bolsa daquela marca. Foi sua opção. Por outro lado, tenho um amigo que aguarda ansiosamente suas férias para entrar em um navio. Bem, acho que depois do Costa Concórdia ele deve estar preferindo uma bolsa Louis Vuitton ou, quiçá, uma Gucci. Imagino-o com todos os seus 110 kg carregando alegremente uma bolsa de marca.

Quando tive aulas de Microeconomia em meu curso de Pós Graduação o professor mencionou um pensamento (não me lembro de quem) que dizia que sempre temos a possibilidade de escolha. Não sei porque este tema apareceu numa aula de Microeconomia pois mais parece um tema para aula de Negociação mas me lembro bem que foi durante Microeconomia. Sempre penso nisso porque é verdade.  Sempre temos uma escolha e eu fiz as minhas.

O que estou querendo dizer com tudo isso? Ora, é simples: respeitem minhas escolhas. Se eu escolhi que os seres mais fracos que vou proteger são os animais, por favor, me deixem defender os animais em paz! Eu não critico quem se dedica a defender crianças, idosos, pessoas com necessidades especiais, florestas, meio ambiente. Nenhum de meus amigos protetores de animais critica. Por que somos tão criticados e mal interpretados? Simplesmente escolhemos protegê-los. É uma questão de escolha e não de falta do que fazer ou de suprimento de alguma frustração. Por favor, entendam isso!

Essa é minha primeira postagem e prometo que não vou me estender neste assunto pois quero que todos continuem lendo meu Blog mas isto anda meio “engasgado” em minha garganta. Os lamentáveis e recentes episódios envolvendo maus tratos a animais têm despertado um sentimento de revolta entre aqueles que os protegem e, sinceramente, não quero me revoltar porque a revolta é uma emoção muito forte que suplanta a razão e, se o movimento de proteção animal quer ser levado a sério é necessária muita razão.

É claro que existem pessoas radicais que se deixam levar pela emoção na defesa de seus ideais mas isto acontece com qualquer ideal, seja o de proteger animais, crianças etc.

Por isso tudo quero que as pessoas entendam que a vontade de proteger animais de maus tratos e abandono não é uma característica de “mulheres mal amadas”. É apenas uma escolha. Vamos deixar de lado o preconceito. O preconceito só nos faz chegar a conclusões equivocadas. Vamos pensar um pouco e ver uma realidade que está escancarada: existem seres humanos capazes de maltratar os mais fracos, sejam animais, crianças, idosos, e outros que não podem se defender. Isto é fato e, portanto, quem sai em defesa dos mais fracos é apenas um ser humano melhor . Deu prá entender?

É por isso que eu digo que Protetores de animais são seres humanos melhores que devem ser admirados e respeitados.

Bem, é isso que eu queria falar hoje. Pretendo escrever todas as semanas e o tema para a próxima já está definido: São Paulo, minha Cidade natal que completará aniversário!

Beijos e, como diz um grande amigo, “me queiram bem”.