quarta-feira, 7 de agosto de 2013

JOVENS E NÃO TÃO JOVENS – UMA CONVIVÊNCIA SAUDÁVEL

 O ano era 2001. Eu acabara de completar 40 anos em agosto e as aulas no curso de Pós Graduação começaram em setembro.

Demorei a decidir fazer a Pós. O que eu não esperava é que seria a única “quarentona” da turma. Bem, a única não. Havia outra, mas mesmo assim eu me senti “velha”.

A turma era composta de aproximadamente 40 alunos. Contrariando a regra usual, o número de alunos se manteve até o final, com exceção de uma ou duas desistências.

A maioria era recém-formada e a idade média da classe era 27 anos.

O que eu não esperava era ser discriminada por causa da idade. Mas fui.

Eu não posso dizer que isso não me abalou. Abalou bastante. Consegui concluir o curso a muito custo.

Na época eu estava muito bem no trabalho e não esperava sofrer o bullying que sofri. E,  apesar de não fazer tanto tempo assim, não se falava em bullying naquela época. Ele existia, mas ninguém comentava. No meu caso acontecia de uma forma velada.

Em 2004, um ano após concluir o curso, eu fui trabalhar em outra empresa. Ali sim eu soube o que era ser vítima de assédio moral, ou bullying, como preferirem.  

Foram quatro anos e quatro meses naquela empresa. Desses quatro anos, três foram extremamente sofridos. A coisa vinha de todos os lados e por todos os motivos. Era a idade, o peso (sou normal, porém, fora dos padrões que eles impunham), entre outras coisas que a malévola imaginação de meus colegas e superiores hierárquicos conseguia inventar.

Saí de lá em 2008. Carrego até hoje algumas sequelas, mas não é sobre isso que quero falar. Estou apenas contando, de forma extremamente resumida, o que me aconteceu para, agora, expor minha opinião sobre algumas coisas.

Hoje, com 51 anos, decidi fazer outro curso de Pós Graduação.

A turma, como eu já esperava, é composta de jovens advogados com idade média de 27 anos. Igual ao outro curso.

As aulas iniciaram em fevereiro deste ano e eu, preparada e armada “até os dentes”, com todas as “defesas” levantadas, iniciei as aulas naquele mês.

Pois bem, para minha grande e grata surpresa: estou amando! Não só o curso, que é excelente, mas também as pessoas, que são fantásticas!

Jovens, dinâmicas, inteligentes, educadas e gentis! Sim, tudo isso.

Um dia desses eu comentava com uma amiga que nunca esperei, na vida, me entender tão bem com pessoas mais novas.

Eu não sei se sou eu que sou imatura ou se são eles que são maduros, mas a verdade é que sinto-me extremamente a vontade junto deles.

Obviamente a intenção não é fazer amigos ali, no entanto, é necessário que o ambiente seja agradável, afinal, nos vemos todos os dias.

Quero, portanto, manifestar minha gratidão, principalmente a Deus, por ter colocado pessoas “do bem” em meu caminho. Não me prolongarei e não entrarei em detalhes, mas só Ele sabe o quanto tudo isto está sendo bom para mim.

Minha intenção aqui é apenas expor um sentimento bom, honesto e sincero.

E, aos jovens que me leem, caso ainda sustentem algum preconceito em relação aos “maduros” que estudam ou trabalham com vocês, pensem bem. Aproximem-se deles. Vocês poderão se surpreender de uma maneira positiva, assim como eu me surpreendi com os jovens com os quais agora convivo.

Abraços a todos os jovens e maduros.