quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Wendy não se casou... e é feliz!

Faz tempo que estou com uma ideia na cabeça.

É a história de uma mulher que eu conheço.
Ela é bonita, culta, inteligente, bem humorada e solteira.
Oportunidades para ela se casar aconteceram, porém os pretendentes não lhe despertaram o interesse. Um era bobo demais, o outro era bobo demais, um deles era muito bobo, teve um que era extremamente bobo e assim por diante. E apareceram também os medíocres. Ah os medíocres! Ela não os suporta. Para ela uma pessoa pode ser tudo, menos medíocre.
Eu gosto muito de palavras e seus significados, por isso transcrevo o significado de medíocre tal como disposto no dicionário:
Medíocre: Que está entre o grande e o pequeno, o bom e o mau: obra medíocre. Falta de criatividade ou originalidade, característica do que é comum, mediano. s.m. Algo ou alguém que não tem grande valor intelectual ou capacidade para realizar algo, sem talento e que está abaixo da média: os medíocres nunca alcançarão sucesso.
Pois bem, a transcrição do significado é apenas para ilustrar o tipo de pessoa que ela não gosta. E vamos voltar à história:
O nome dessa mulher é Wendy. É Wendy, como a personagem do Peter Pan.
Wendy também frequenta uma comunidade. Ela ama tudo o que aprende na comunidade, entretanto, as pessoas que a frequentam acham que Wendy é esquisita. Por que? Porque ela não se casou.
Eles acham que ela é uma moça indefesa e se não tiver um marido para protegê-la fica à mercê da maldade humana.
Outros, que não frequentam a mesma comunidade que Wendy, pensam que ela é uma mulher triste porque não tem nenhum “homem que a ame”.
Simplesmente por ser solteira Wendy já sofreu todo e qualquer tipo de preconceito. Tem aqueles que a discriminam porque a acham um tipo de “retardada” afinal, na “cabecinha” deles somente uma mulher casada desenvolve as faculdades mentais. Bem, parece que ela engana muito bem porque Wendy é uma profissional de sucesso.
Há quem pense que ela é infeliz, solitária.
Ah, mal sabem eles o quanto Wendy é feliz.
É bem verdade que houve uma época em que ela também pensava ser infeliz. Mas, de um tempo para cá, aconteceram certos fatos em sua vida que a fizeram ver que a felicidade não está em um casamento ou na companhia de um homem e, frise-se: nem de uma mulher.
Sim, é necessário destacar isso porque um dos maiores absurdos que Wendy ouviu em sua vida foi um “amigo” sugerindo que ela “passasse para o outro lado”. Embora ela não seja preconceituosa, em um primeiro instante ela se chocou com a conversa, mas depois percebeu que a sugestão vinha de uma pessoa altamente preconceituosa. Sim, preconceituosa porque aceitaria que ela tivesse uma “namorada”, mas não aceita que ela seja solteira e feliz! Pobre pessoa.
Aliás, falando nisso, dia desses eu assistia a um filme onde o personagem era candidato a governador de um Estado americano. Ele não era casado, não aparecia com namorada há 10 anos e ninguém sabia nada a respeito de sua vida amorosa. Pois bem, sua assessora recomendou que ele apresentasse alguém, ainda que fosse outro homem pois o povo admitia qualquer coisa, menos um solteiro feliz. É assim. As pessoas são assim. Medíocres.
Voltando à história da Wendy, nossa solteira feliz.
Hoje em dia Wendy tem uma vida social agitada. Tem muitos amigos.
Ocorre que alguns desses amigos homens às vezes pensam que por ela ser uma mulher sem namorado, pode estar interessada neles. Mas não, não, isso não é verdade.
Nenhum dos amigos da Wendy lhe desperta interesse que não seja mera companhia para beber uma cerveja e bater um papo despretensioso. É disso que Wendy gosta. Ela não quer namorar nenhum de seus amigos, presenciais ou virtuais. Ela gosta apenas de se divertir com gente bem humorada e criativa como ela. Só isso.
Bem, esta é uma parte da estória da Wendy. Tem muito mais coisas e eu pretendo contar aos poucos.
Se houver alguma semelhança entre ela e alguém que vocês conhecem, é mera coincidência.

 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

JOVENS E NÃO TÃO JOVENS – UMA CONVIVÊNCIA SAUDÁVEL

 O ano era 2001. Eu acabara de completar 40 anos em agosto e as aulas no curso de Pós Graduação começaram em setembro.

Demorei a decidir fazer a Pós. O que eu não esperava é que seria a única “quarentona” da turma. Bem, a única não. Havia outra, mas mesmo assim eu me senti “velha”.

A turma era composta de aproximadamente 40 alunos. Contrariando a regra usual, o número de alunos se manteve até o final, com exceção de uma ou duas desistências.

A maioria era recém-formada e a idade média da classe era 27 anos.

O que eu não esperava era ser discriminada por causa da idade. Mas fui.

Eu não posso dizer que isso não me abalou. Abalou bastante. Consegui concluir o curso a muito custo.

Na época eu estava muito bem no trabalho e não esperava sofrer o bullying que sofri. E,  apesar de não fazer tanto tempo assim, não se falava em bullying naquela época. Ele existia, mas ninguém comentava. No meu caso acontecia de uma forma velada.

Em 2004, um ano após concluir o curso, eu fui trabalhar em outra empresa. Ali sim eu soube o que era ser vítima de assédio moral, ou bullying, como preferirem.  

Foram quatro anos e quatro meses naquela empresa. Desses quatro anos, três foram extremamente sofridos. A coisa vinha de todos os lados e por todos os motivos. Era a idade, o peso (sou normal, porém, fora dos padrões que eles impunham), entre outras coisas que a malévola imaginação de meus colegas e superiores hierárquicos conseguia inventar.

Saí de lá em 2008. Carrego até hoje algumas sequelas, mas não é sobre isso que quero falar. Estou apenas contando, de forma extremamente resumida, o que me aconteceu para, agora, expor minha opinião sobre algumas coisas.

Hoje, com 51 anos, decidi fazer outro curso de Pós Graduação.

A turma, como eu já esperava, é composta de jovens advogados com idade média de 27 anos. Igual ao outro curso.

As aulas iniciaram em fevereiro deste ano e eu, preparada e armada “até os dentes”, com todas as “defesas” levantadas, iniciei as aulas naquele mês.

Pois bem, para minha grande e grata surpresa: estou amando! Não só o curso, que é excelente, mas também as pessoas, que são fantásticas!

Jovens, dinâmicas, inteligentes, educadas e gentis! Sim, tudo isso.

Um dia desses eu comentava com uma amiga que nunca esperei, na vida, me entender tão bem com pessoas mais novas.

Eu não sei se sou eu que sou imatura ou se são eles que são maduros, mas a verdade é que sinto-me extremamente a vontade junto deles.

Obviamente a intenção não é fazer amigos ali, no entanto, é necessário que o ambiente seja agradável, afinal, nos vemos todos os dias.

Quero, portanto, manifestar minha gratidão, principalmente a Deus, por ter colocado pessoas “do bem” em meu caminho. Não me prolongarei e não entrarei em detalhes, mas só Ele sabe o quanto tudo isto está sendo bom para mim.

Minha intenção aqui é apenas expor um sentimento bom, honesto e sincero.

E, aos jovens que me leem, caso ainda sustentem algum preconceito em relação aos “maduros” que estudam ou trabalham com vocês, pensem bem. Aproximem-se deles. Vocês poderão se surpreender de uma maneira positiva, assim como eu me surpreendi com os jovens com os quais agora convivo.

Abraços a todos os jovens e maduros.

segunda-feira, 11 de março de 2013

E SE FOSSE O CONTRÁRIO?

Eu já disse que meu Blog não foi criado para discussão de assuntos polêmicos. Eu garanto que estou muito disposta a levar este propósito adiante e é justamente por isso que peço desculpas a quem me lê para trazer aqui (espero que pela última vez) um assunto que foi exaustivamente discutido no decorrer da semana passada: a eleição do deputado Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
Eu não queria mesmo falar sobre isso, entretanto, como publiquei algo a respeito na minha página do Facebook, um amigo me pediu para esclarecer minha opinião e, como ficaria muito extenso para aquela Rede, resolvi fazê-lo através deste meio.
Muito bem, comecemos com a definição de PRECONCEITO extraída do dicionário:
 
 
Preconceito: Conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; idéia preconcebida; 2. Julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste; prejuízo. 3. Superstição; crendice; prejuízo; 4. Suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças, credos, religiões etc.
 
Já que dentro do conceito de preconceito menciona-se a palavra IGNORÂNCIA, trago também o conceito desta:
Ignorância: Condição de quem não é instruído; 2. Falta de saber; ausência de conhecimentos; 3. Estado de quem ignora ou desconhece alguma coisa, não tem conhecimento dela.
Leiam , agora, a transcrição ipsis litteris o que publiquei no Facebook:

Só prá começar o fim de semana com um pouquinho de polêmica: Eu sou totalmente contra toda e qualquer restrição a direitos. Expondo de uma maneira extremamente singela, todos têm direitos e deveres iguais. Também fico revoltadíssima com injustiças, com violência, agressões gratuitas etc. Agora pergunto: Homofobia não pode mas "evangélicofobia" pode? Ah, entendi! Bem, tenho certeza absoluta de que não haverá comentários sobre esta publicação, mas também sei que há muita gente lendo isso. Fiquem quietos mesmo. Silenciem-se. Não há nada a dizer...”
Foi a partir da manifestação acima que veio a pergunta sobre minha opinião e aqui estou eu para expô-la da maneira mais breve possível.
Primeiro, para quem não sabe, eu não sigo a religião Católica Apostólica Romana. Tenho fé em Deus e sigo Sua Doutrina tal como pregada na Igreja em que frequento. Para quem quiser saber qual é, direi pessoalmente porque não convém fazer menção aqui para que não se confunda com propaganda religiosa. Apenas esclareço que é uma Igreja conhecida como “Evangélica”. Como todos sabem, Evangélico é todo aquele que segue o Evangelho de Jesus Cristo.
Calma, não precisa parar de ler por aqui pensando que vou defender o tal deputado Marco Feliciano, pelo contrário.

Quero é deixar bem claro que as opiniões daquele senhor estão muito, mas extremamente distantes de tudo aquilo que eu, Evangélica, aprendi. Para quem não sabe, um Evangélico que realmente leva a sério o que aprende, simplesmente cuida de sua vida e se preocupa em ser um ser humano melhor a cada dia, seguindo os bons ensinamentos que recebe e procurando amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Isso é, de uma forma muito resumida, o que qualquer Cristão deveria fazer.  
Podem ter certeza de que Evangélicos não discriminam nenhum ser humano, pelo contrário, consideram todos iguais perante Deus. Sabem que ninguém é melhor que ninguém e que todo e qualquer tipo de discriminação é execrável! Que todo e qualquer preconceito é abominável! Não, não gostam de pessoas preconceituosas como o recentemente eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Não, o deputado Marco Feliciano não me representa e, acredito, a nenhum outro Evangélico que leva a Doutrina Cristã a sério.

Entendam de uma forma definitiva: toda e qualquer generalização leva ao erro! Não podemos colocar todos os Evangélicos nesta panela, dizendo que todos pensam como aquele homem.
Eu não vou me estender neste tema. Só quero que entendam que o deputado Marco Feliciano não representa todos os Evangélicos. Deu para entender ou preciso desenhar?
Bem, esclarecido isso, vamos à pergunta que não quer calar: e se fosse um deputado negro e gay falando contra os Evangélicos?
Ah... pois é né. Será que haveria tanta comoção? Será que os não Evangélicos sairiam pelas ruas em protesto? Digo os não evangélicos porque, pelo que vi, muitos não gays e não negros saíram em protesto contra o tal deputado, simplesmente por se dizer ele um Evangélico.
 
E aí, seria a mesma coisa?

Será que por trás dessa movimentação toda não está implicitamente contido um grande preconceito dirigido contra os Evangélicos? Tenho certeza DE que sim. E é por causa do maldito preconceito.
Eu não digo todos mas tenho certeza de que muitos ali protestavam contra o fato de o deputado ser Evangélico e não contra o fato de ele ter dito as besteiras que disse.
Tudo por causa do preconceito que, conforme definição copiada no início desta mensagem, leva a opiniões formadas antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento. Julgamento ou opinião formada sem levar em conta fatos contestadores. Intolerância, ódio irracional, aversão etc.
É um horror este preconceito! Faz as pessoas agirem como ignorantes, cometerem atos imprudentes e prejudiciais, E o pior de tudo é que é invencível. Ninguém pode com ele, ninguém.
Maldito preconceito!