segunda-feira, 25 de junho de 2012

CUMPRI MINHA PENA

Pois é, cumpri minha pena de suspensão do direito de dirigir por 30 (trinta) dias. Sim, eu mesma, por que o espanto? Ah... minha cara de “certinha”?! OK, OK... eu não sou nenhuma criminosa mas, de vez em quando e, como todo o resto da humanidade, cometo algumas infrações.

Foram pequenas e não prejudicaram ninguém. Ultrapassei o limite de velocidade em 20% na pista local da Marginal e rodei com o carro em dias e horários não permitidos. É certo que foram várias vezes em apenas um ano e o número de pontos acumulados ficou pari passu com o do Thor, mas garanto que não coloquei a vida de ninguém em risco.

Bem, de todo modo, cumpri minha pena. E, ainda, me entreguei. Sim, fui por livre e espontânea vontade ao Detran entregar minha Carteira de Habilitação. Isso aconteceu há pouco mais de trinta dias e na última sexta-feira peguei a CNH de volta com os pontos “zerados”... uhulll... let’s drive again!

Calma, muita calma na hora do “drive again” porque não posso me transformar novamente no Sr. Nervosus. Para quem não sabe, o Sr. Nervosus é um personagem “representado” pelo Pateta (aquele, da Disney) em um desenho animado onde ele, ao sentar atrás do volante, se transforma em um tipo de monstro. Parece que os CFC’s passam este desenho para os aspirantes a motorista. Eu assisti quando criança. Lembro-me que o Sr. Nervosus dirigia como um louco, ultrapassando, xingando, cometendo todo o tipo de infração por pura falta de paciência. Em cima de sua cabeça estava sempre aquele furacãozinho que aparece em desenhos animados para mostrar que o personagem está furioso.

Para falar a verdade, nos últimos tempos este mesmo “furacãozinho” aparecia em cima de minha cabeça quando me sentava no banco do motorista de um carro. De agora em diante procurarei me controlar porque não gostei nem um pouco de ter um direito suspenso.

Apesar de tudo, fazer o curso de reciclagem foi útil. É bom relembrar certas regras que, com o decorrer do tempo, caem no esquecimento. E dirigir em São Paulo não é coisa tão fácil. Em um só dia é possível que o motorista se depare com a possibilidade de não cumprir muitas regras.  

Eu ainda não me considero totalmente recuperada do “surto Sr. Nervosus”. Sinto que preciso me controlar para não me transformar novamente no encantador personagem quando dirijo pelo meu bairro de segunda a sexta-feira em horários não considerados “horários de pico”. Eu não imaginava que o “trânsito” de terça-feira às 15h ou de quarta às 11h em um bairro residencial fosse tão “complicado”. Meu Deus, como é difícil. Não queridos, não estou falando de congestionamentos. Sobre esses eu nem falo mais porque em horários de pico e em dias de chuva eu só me movimento de Metrô e Ônibus. Sim, porque se eu me envolver novamente em um congestionamento daqueles que estava acostumada a enfrentar quando trabalhava em Santo Amaro ou em Interlagos (moro na Zona Norte), acho que seria presa ou internada. Meus nervos já estavam à flor da pele quando resolvi utilizar somente o transporte público para trabalhar. Congestionamentos nunca mais.

Voltando ao terrível “trânsito” dos bairros em horários improváveis, tenho de confessar: já estou prestes a me transformar na “Sra. Nervosus do Jardim São Paulo”... É inacreditável como tenho me deparado com motoristas fazendo as mais diversas barbeiragens pelas ruas do bairro. Eu detesto ter de admitir mas observei que metade das besteiras são praticadas por mulheres com idade entre 30 e 60 anos que, provavelmente, não trabalham e dirigem apenas pelo bairro a fim de levar crianças à escola, ir à academia ou ao supermercado. A outra metade é cometida por senhores idosos. Homens com 65 anos ou mais que também dirigem somente pelo bairro com a mesma finalidade.

É certo que são pessoas não habituadas a enfrentar os congestionamentos monstruosos do horário de pico e, por isso mesmo, são tão “pacientes” na direção. Nada que é em excesso é bom por isso faz-se necessário que a paciência no trânsito também tenha seus limites afinal, andar em velocidade demasiadamente reduzida, parar no meio da rua para desembarcar um passageiro, demorar para dar a partida quando o farol abre também são atitudes que provocam acidentes.

O pior é que os motoristas com o perfil acima não percebem isso. Eles acham que são “cuidadosos”.

Eu digo que não são nem um pouco cuidadosos. São, na verdade, egoístas e medrosos. Sim, medrosos! Posso estar sendo radical mas acho que quando se tem medo de fazer uma coisa, é melhor não fazer. Principalmente se esta coisa envolve e atrapalha outras pessoas. Os táxis estão por aí e, para quem não pode pagar uma corrida, aí estão os ônibus. Mas não, alguns insistem em sair dirigindo seus automóveis quando não sabem fazê-lo.

Apenas como exemplo do que quero dizer, confesso que “morro” de medo de água. Sei nadar. Frequentei aulas de natação, contudo não perdi o medo. Sabem o que eu faço? Mantenho meus pezinhos em terra firme! É o medo que me impede de me atirar na água porque sei que vou esquecer todas as regras aprendidas nas aulas e vou dar o maior espetáculo! E é pensando em meus parentes e amigos que não me atrevo a sair por aí me jogando em piscinas, oceanos, lagos ou rios! Já pensou se eu resolvo “enfrentar o meu medo” e me jogo em uma piscina com 3m de profundidade? Eu não vou fazer isso e acho que quem tem medo de dirigir também não deve dirigir. Pelo menos enquanto tiver medo. Pronto, falei!

Eu também acho que o trânsito de SP seria melhor se alguns motoristas não fossem tão lerdos. É certo que os congestionamentos são causados, na maioria das vezes, pelo excesso de veículos, mas será que os lerdos não colaboram um pouquinho?

Bem, é melhor não me estender muito neste assunto.

O que eu gostaria mesmo, agora, é de ser parada em uma “blitz” só para mostrar minha Carteira de Habilitação “zerada”. Agora que eu queria, não acontece, droga!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

PROCESSO SELETIVO



Hoje, dia 13.06.2012, eu fiz um desabafo em minha página do Facebook. A partir daquele comentário fiquei inspirada a escrever sobre o assunto em meu Blog que, coitado, está abandonado desde janeiro deste ano.

Pois muito bem: vamos agitar novamente este Blog e o assunto é “Processo Seletivo”.

Eu participei de muitos!

Recentemente participei de um onde a primeira entrevista foi com a recrutadora do RH. Uma psicóloga. Quero deixar bem claro que não tenho absolutamente nada contra estes profissionais. Pelo contrário, eu os admiro e reconheço que são extremamente importantes, principalmente para tratar da saúde mental de pessoas como eu. Amo meus queridos psicoterapeutas (calma gente, foram só dois por isso o plural). Entendam que as críticas que seguem não são dirigidas aos Psicólogos mas sim à forma como são conduzidos os processos seletivos das empresas.

Voltando ao processo do qual participei. A primeira entrevista foi com a Psicóloga que logo me deixou informada de que o processo teria 4 fases: 1) Entrevista com RH; 2) Teste de Inglês; 3) Entrevista com o Gerente da Área e 4) Entrevista com o Diretor da Área. Todas ELIMINATÓRIAS.

Bem, eu entendo como eliminatória uma fase que impede de o candidato seguir adiante no processo, ou seja, se na primeira entrevista o candidato é considerado inapto, ele não será encaminhado para as demais fases, certo?

Pois bem, depois de quatro semanas da primeira entrevista recebo um email da Psicóloga dizendo que não tinha sido possível minha continuidade no processo. Bem, se as fases são eliminatórias, obviamente ELA, a Psicóloga, não me aprovou.

Agora eu me pergunto: como uma Psicóloga pode eliminar uma candidata do processo sem que tenha sido avaliada pelo profissional técnico? Como um profissional de outra área decide que um Engenheiro, um Economista, um Contador ou um Médico não é o profissional certo para exercer as funções do cargo? Sim, eles decidem. Com base em quê? Um teste de personalidade e de comportamento?

Sabem, eu já entrevistei muita gente. O último processo do qual participei como gestora da área foi assim: O RH providenciou o anúncio com base em minha demanda. Com base nesta mesma demanda, fez uma triagem prévia dos currículos recebidos eliminando aqueles que não preenchiam os requisitos (simples requisitos como formação e experiência anterior – coisa que qualquer um pode fazer). Pois bem, feita a triagem, os currículos foram encaminhados para mim. Fiz uma segunda triagem e escolhi aqueles que considerei interessantes. Deleguei para duas Sêniores da área a tarefa de fazer uma primeira entrevista. Selecionados os candidatos pelas profissionais técnicas que iriam coordenar o trabalho do escolhido, entrei em cena e também os entrevistei. Democraticamente formamos um pequeno comitê e decidimos quais dos entrevistados preenchiam as qualificações e competências exigidas pelo cargo e, aí sim, encaminhei-os novamente ao RH que aplicou os testes de personalidade e de comportamento. Com os pareceres do RH em minhas mãos tomei a decisão. Simples assim.

Como se pode ver, a decisão final foi minha, ou seja, do gestor da Área requisitante. Sim, levei em conta os resultados dos testes de personalidade mas não decidi a partir deles. Os candidatos tiveram a oportunidade de passar por uma avaliação completa.

Sabem o que eu penso realmente? Do fundo do meu coração? Eu penso que o que vale em alguns processos é a empatia do recrutador do RH com o candidato ou, melhor dizendo: “fui com a sua cara” ou “não fui com a sua cara, querida”!

Obviamente isso não aconteceria se o primeiro recrutador fosse o gestor técnico requisitante da vaga. Este sim tem competência técnica para avaliar o candidato e, certamente, sua escolha será embasada no conhecimento e na experiência do candidato.

Por isso, em minha modesta opinião, acho que os processos seletivos começam pelo lado errado. Deveriam começar com a entrevista do gestor técnico. Aliás, assim aconteceu comigo em todas as empresas onde trabalhei e, garanto, meus gestores nunca se arrependeram de terem me escolhido. Talvez, se tivessem concordado com um processo seletivo onde as fases são eliminatórias e a primeira entrevista é feita pelo recrutador do RH, meus ex-chefes nem tivessem me conhecido.

Bem, não obstante tudo isso, ainda tenho mais a dizer.

O que faz um recrutador de RH quando, em um “processo seletivo não eliminatório” seu parecer não é considerado pelo gestor requisitante? Persegue o empregado até que seja demitido e ele comprove que estava certo? Não né gente!! Ninguém seria capaz disso!! Ou seria?!

Mais uma coisa: talvez alguém considere imprudência de minha parte publicar isto. Afinal, alguns recrutadores ou, quiçá, a mesma que mencionei no início, podem ler e... digamos... me “queimar” no mercado, afinal, as redes sociais são objeto de especulação deste tipo de profissional e o que você escreve pode ser usado contra você mesmo. Quanto a isso, nada posso fazer senão pensar que tais recrutadores são profissionais desprezíveis.

Eu gostaria de deixar claro, mais uma vez, que nada tenho contra os recrutadores de RH mas em minha opinião as empresas lhes delegam poderes excessivos afinal, em “processos seletivos eliminatórios” a decisão de manter um profissional reconhecido e competente fora do processo é unicamente deles.

Ah.. e para finalizar, quero lembrar que certa vez ouvi em uma palestra de profissionais de RH a seguinte frase: “Os RH’s se conversam”. Tomo a liberdade de traduzir isso para: “Cuidado com o que você faz pois pode se ‘queimar’ no mercado”. E, ainda ouvi hoje “Cuidado com o que você escreve nas redes sociais pois os recrutadores estão de olho”. Oh Céus! E ainda temos de viver sob essas evidentes ameaças!!!

Boa sorte para quem está buscando recolocação.