quarta-feira, 13 de junho de 2012

PROCESSO SELETIVO



Hoje, dia 13.06.2012, eu fiz um desabafo em minha página do Facebook. A partir daquele comentário fiquei inspirada a escrever sobre o assunto em meu Blog que, coitado, está abandonado desde janeiro deste ano.

Pois muito bem: vamos agitar novamente este Blog e o assunto é “Processo Seletivo”.

Eu participei de muitos!

Recentemente participei de um onde a primeira entrevista foi com a recrutadora do RH. Uma psicóloga. Quero deixar bem claro que não tenho absolutamente nada contra estes profissionais. Pelo contrário, eu os admiro e reconheço que são extremamente importantes, principalmente para tratar da saúde mental de pessoas como eu. Amo meus queridos psicoterapeutas (calma gente, foram só dois por isso o plural). Entendam que as críticas que seguem não são dirigidas aos Psicólogos mas sim à forma como são conduzidos os processos seletivos das empresas.

Voltando ao processo do qual participei. A primeira entrevista foi com a Psicóloga que logo me deixou informada de que o processo teria 4 fases: 1) Entrevista com RH; 2) Teste de Inglês; 3) Entrevista com o Gerente da Área e 4) Entrevista com o Diretor da Área. Todas ELIMINATÓRIAS.

Bem, eu entendo como eliminatória uma fase que impede de o candidato seguir adiante no processo, ou seja, se na primeira entrevista o candidato é considerado inapto, ele não será encaminhado para as demais fases, certo?

Pois bem, depois de quatro semanas da primeira entrevista recebo um email da Psicóloga dizendo que não tinha sido possível minha continuidade no processo. Bem, se as fases são eliminatórias, obviamente ELA, a Psicóloga, não me aprovou.

Agora eu me pergunto: como uma Psicóloga pode eliminar uma candidata do processo sem que tenha sido avaliada pelo profissional técnico? Como um profissional de outra área decide que um Engenheiro, um Economista, um Contador ou um Médico não é o profissional certo para exercer as funções do cargo? Sim, eles decidem. Com base em quê? Um teste de personalidade e de comportamento?

Sabem, eu já entrevistei muita gente. O último processo do qual participei como gestora da área foi assim: O RH providenciou o anúncio com base em minha demanda. Com base nesta mesma demanda, fez uma triagem prévia dos currículos recebidos eliminando aqueles que não preenchiam os requisitos (simples requisitos como formação e experiência anterior – coisa que qualquer um pode fazer). Pois bem, feita a triagem, os currículos foram encaminhados para mim. Fiz uma segunda triagem e escolhi aqueles que considerei interessantes. Deleguei para duas Sêniores da área a tarefa de fazer uma primeira entrevista. Selecionados os candidatos pelas profissionais técnicas que iriam coordenar o trabalho do escolhido, entrei em cena e também os entrevistei. Democraticamente formamos um pequeno comitê e decidimos quais dos entrevistados preenchiam as qualificações e competências exigidas pelo cargo e, aí sim, encaminhei-os novamente ao RH que aplicou os testes de personalidade e de comportamento. Com os pareceres do RH em minhas mãos tomei a decisão. Simples assim.

Como se pode ver, a decisão final foi minha, ou seja, do gestor da Área requisitante. Sim, levei em conta os resultados dos testes de personalidade mas não decidi a partir deles. Os candidatos tiveram a oportunidade de passar por uma avaliação completa.

Sabem o que eu penso realmente? Do fundo do meu coração? Eu penso que o que vale em alguns processos é a empatia do recrutador do RH com o candidato ou, melhor dizendo: “fui com a sua cara” ou “não fui com a sua cara, querida”!

Obviamente isso não aconteceria se o primeiro recrutador fosse o gestor técnico requisitante da vaga. Este sim tem competência técnica para avaliar o candidato e, certamente, sua escolha será embasada no conhecimento e na experiência do candidato.

Por isso, em minha modesta opinião, acho que os processos seletivos começam pelo lado errado. Deveriam começar com a entrevista do gestor técnico. Aliás, assim aconteceu comigo em todas as empresas onde trabalhei e, garanto, meus gestores nunca se arrependeram de terem me escolhido. Talvez, se tivessem concordado com um processo seletivo onde as fases são eliminatórias e a primeira entrevista é feita pelo recrutador do RH, meus ex-chefes nem tivessem me conhecido.

Bem, não obstante tudo isso, ainda tenho mais a dizer.

O que faz um recrutador de RH quando, em um “processo seletivo não eliminatório” seu parecer não é considerado pelo gestor requisitante? Persegue o empregado até que seja demitido e ele comprove que estava certo? Não né gente!! Ninguém seria capaz disso!! Ou seria?!

Mais uma coisa: talvez alguém considere imprudência de minha parte publicar isto. Afinal, alguns recrutadores ou, quiçá, a mesma que mencionei no início, podem ler e... digamos... me “queimar” no mercado, afinal, as redes sociais são objeto de especulação deste tipo de profissional e o que você escreve pode ser usado contra você mesmo. Quanto a isso, nada posso fazer senão pensar que tais recrutadores são profissionais desprezíveis.

Eu gostaria de deixar claro, mais uma vez, que nada tenho contra os recrutadores de RH mas em minha opinião as empresas lhes delegam poderes excessivos afinal, em “processos seletivos eliminatórios” a decisão de manter um profissional reconhecido e competente fora do processo é unicamente deles.

Ah.. e para finalizar, quero lembrar que certa vez ouvi em uma palestra de profissionais de RH a seguinte frase: “Os RH’s se conversam”. Tomo a liberdade de traduzir isso para: “Cuidado com o que você faz pois pode se ‘queimar’ no mercado”. E, ainda ouvi hoje “Cuidado com o que você escreve nas redes sociais pois os recrutadores estão de olho”. Oh Céus! E ainda temos de viver sob essas evidentes ameaças!!!

Boa sorte para quem está buscando recolocação.


Um comentário:

  1. Essas ameacas sao as piores, as que tolem a liberdade de expressao para colocar todos no mesmo saco..., viva a liberdade de expressao e que os RHs nao sejam viloes e sim fadas madrinhas !!!!

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