domingo, 15 de janeiro de 2012

Escolhas.

Na introdução do livro “Os Catadores de Conchas” Rosamunde Pilcher diz: “se alguém que respeitamos acha que somos capazes de fazer alguma coisa, em geral é verdade”. Rosamunde não é minha escritora favorita. O único livro de sua autoria que li foi “Os Catadores” no entanto, a frase dita em sua introdução ficou marcada para sempre em minha memória.

Sempre ouvi de pessoas que respeito que eu deveria escrever meus pensamentos. Uma dessas pessoas foi um chefe chamado Victor. Aqueles que me conhecem sempre me ouvem lembrando alguma coisa que Victor disse. Ele é uma dessas pessoas que admiro e respeito. Ouvi incentivos de vários amigos de todas as fases de minha vida. Meu antigo psicoterapeuta também me aconselhava a “passar para o papel” todos os meus pensamentos como forma de desabafar. Meu atual psicoterapeuta me aconselhou a criar um Blog (calma gente, sei que é terapeuta demais mas eu sou normal viu?). Uma amiga de muitos anos diz que se diverte com algumas de minhas postagens no Facebook. Diante disso tudo percebi que está mesmo na hora de escrever e publicar meus pensamentos e, por que não utilizar os meios tão fáceis e disponíveis hoje em dia? Portanto, aqui vai.

Primeiro, quero comentar a expressão “hoje em dia”. Acho-a tão antiquada. É uma expressão muito utilizada pelos mais velhos que se espantam com as novidades do mundo atual. “Hoje em dia não existe mais respeito com os mais velhos”, “hoje em dia ninguém mais tem educação”, “hoje em dia isso”, “hoje em dia aquilo”... Chega de “hoje em dia”. Foi só um comentário à parte. Vamos iniciar o assunto de hoje.

“O que faz você feliz?”. Gostei demais dessa campanha do Pão de Açúcar. Nem sei se os lindos cartazes contendo fotos de momentos que podem fazer as pessoas felizes ainda estão nas lojas pois “hoje em dia” só tenho feito minhas compras pela Internet. Achava muito bonitas as comparações. Certamente aquela que dizia “O que faz você feliz? Um prato de salada?” (ou algo assim) não era a minha preferida mas, todas eram muito bonitas.

O que eu quero dizer é que o que me faz feliz não é a mesma coisa que faz você feliz. As pessoas são diferentes e ficam felizes com coisas diferentes. Tem gente, por exemplo, que fica feliz com uma casa cheia de crianças correndo prá lá e prá cá. Não serei hipócrita. Eu gosto de crianças, principalmente as japonesas porque quando eu estou acordada elas estão dormindo. Crianças dormindo são ótimas. Entre passar vinte e quatro horas numa casa cheia de crianças correndo prá lá e prá cá e fazer um tratamento de canal sem anestesia, certamente eu ficaria com a segunda opção. Tenho uma amiga que estava em dúvida entre fazer um cruzeiro em um navio e comprar uma bolsa Louis Vuitton. Encontrei-a um dia dessas portando uma recém adquirida e lindíssima bolsa daquela marca. Foi sua opção. Por outro lado, tenho um amigo que aguarda ansiosamente suas férias para entrar em um navio. Bem, acho que depois do Costa Concórdia ele deve estar preferindo uma bolsa Louis Vuitton ou, quiçá, uma Gucci. Imagino-o com todos os seus 110 kg carregando alegremente uma bolsa de marca.

Quando tive aulas de Microeconomia em meu curso de Pós Graduação o professor mencionou um pensamento (não me lembro de quem) que dizia que sempre temos a possibilidade de escolha. Não sei porque este tema apareceu numa aula de Microeconomia pois mais parece um tema para aula de Negociação mas me lembro bem que foi durante Microeconomia. Sempre penso nisso porque é verdade.  Sempre temos uma escolha e eu fiz as minhas.

O que estou querendo dizer com tudo isso? Ora, é simples: respeitem minhas escolhas. Se eu escolhi que os seres mais fracos que vou proteger são os animais, por favor, me deixem defender os animais em paz! Eu não critico quem se dedica a defender crianças, idosos, pessoas com necessidades especiais, florestas, meio ambiente. Nenhum de meus amigos protetores de animais critica. Por que somos tão criticados e mal interpretados? Simplesmente escolhemos protegê-los. É uma questão de escolha e não de falta do que fazer ou de suprimento de alguma frustração. Por favor, entendam isso!

Essa é minha primeira postagem e prometo que não vou me estender neste assunto pois quero que todos continuem lendo meu Blog mas isto anda meio “engasgado” em minha garganta. Os lamentáveis e recentes episódios envolvendo maus tratos a animais têm despertado um sentimento de revolta entre aqueles que os protegem e, sinceramente, não quero me revoltar porque a revolta é uma emoção muito forte que suplanta a razão e, se o movimento de proteção animal quer ser levado a sério é necessária muita razão.

É claro que existem pessoas radicais que se deixam levar pela emoção na defesa de seus ideais mas isto acontece com qualquer ideal, seja o de proteger animais, crianças etc.

Por isso tudo quero que as pessoas entendam que a vontade de proteger animais de maus tratos e abandono não é uma característica de “mulheres mal amadas”. É apenas uma escolha. Vamos deixar de lado o preconceito. O preconceito só nos faz chegar a conclusões equivocadas. Vamos pensar um pouco e ver uma realidade que está escancarada: existem seres humanos capazes de maltratar os mais fracos, sejam animais, crianças, idosos, e outros que não podem se defender. Isto é fato e, portanto, quem sai em defesa dos mais fracos é apenas um ser humano melhor . Deu prá entender?

É por isso que eu digo que Protetores de animais são seres humanos melhores que devem ser admirados e respeitados.

Bem, é isso que eu queria falar hoje. Pretendo escrever todas as semanas e o tema para a próxima já está definido: São Paulo, minha Cidade natal que completará aniversário!

Beijos e, como diz um grande amigo, “me queiram bem”.

7 comentários:

  1. parabens Eliete
    não só pelo texto, mas pela iniciativa
    bjssssssssss

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  2. É que na verdade, infelizmente as pessoas não enxergam que é tudo uma coisa só. Quem luta pela defesa dos animais, dos rios, dos oceanos, das crianças, dos idosos, pelos direitos das baleias, dos golfinhos, dos portadores de necessidades especiais, por uma verdadeira democracia ou contra os politicos corruptos, estão lutando pela mesma coisa: UM MUNDO MELHOR, é disso que se trata. Se no planeta não existe colocar o lixo pra fora, porque não existe fora, estamos todos no mesmo globo, na defesa dos animais, também é assim, na verdade trata-se da defesa dos direitos dos mais fracos. O que alguns criticistas não veem, ou não querem ver, é que estamos todos no mesmo barco, é tudo uma coisa só. Poxa, para mim isso é tão simples, que lamento que hajam cegos incapazes de perceber essa verdade tão natural... Será que eles não pensam... quem não maltrata um animal tampouco maltratará uma criança ou um idoso, agora quem maltrata uma criança ou um idoso, lógico que vai maltratar os animais... é tão... LÓGICO, realmente não sei como as pessoas não veem isso, e ainda ficam nessa picuinha RÍDICULA de "a minha causa é mais justa/melhor/mais meritória/mais dignificante do que a sua", e não é. Porque é tudo uma coisa só. Quando entenderão?

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  3. Ficou muito legal Eliete!!! Continue escrevendo q vou acompanhar com certeza!!! Beijos

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